Trabalho de Hinário
Nos Trabalhos de Hinário o objetivo é prestar atenção nos hinos, pois eles trazem os ensinamentos espirituais. Eles podem ser feitos com as pessoas sentadas ou bailando. Os Trabalhos Festivos, em celebração a datas especiais, são sempre Trabalhos de Hinário e neles é usada a Farda Branca.
Nesse tipo de seção, se consagra o Daime uma vez para o início do Trabalho e, depois disso, consagra-se por volta de 30 a 30 hinos no decorrer do hinário. Quando são cantados hinários mais longos, como O Cruzeiro Universal do Mestre Irineu, é comum que se faça um intervalo.
O bailado, feito em alguns dos trabalhos de hinário, são passos específicos para cada ritmo de hino. Os ritmos mais comuns são a marcha, a valsa, a meia valsa e a mazurca.
Farda: Branca ou Azul (Trabalhos Festivos: Branca / Finados: Azul / de Passagem: Azul / Não oficiais: Azul)
Concentração
No Trabalho de Concentração o objetivo é o silêncio, para que possamos tocar nosso EU Superior e ouvir a voz de Deus em nós.
A seção começa com a consagração do Daime e o canto de hinos específicos de Concentração que servem para chamar a força espiritual necessária. Depois disso, se consagra o Daime novamente para o início da Concentração quando, em posição meditativa, as pessoas devem se manter em silêncio para a conexão com o Eu Divino.
É importante, na Concentração, que se mantenham os braços e as pernas descruzados para que a energia possa circular e os Chakras se equilibrarem. É bom manter a coluna ereta, os músculos relaxados porém atentos e a respiração calma e constante.
Depois de 1 hora e 40 minutos de concentração, o trabalho pode se encerrar. Algumas vezes, pode acontecer uma terceira consagração para o canto de uma seleção de hinos ou de um hinário pequeno, como O Cruzeirinho do Mestre Irineu.
Farda usada: Azul
Trabalho de Cura
O Trabalho de Cura é bastante semelhante ao Trabalho de Concentração, com a diferença de ser feito inteiramente para a intenção da cura. Nele nos focamos na cura em todos os níveis (emocional, físico e espiritual) de nós mesmos, nossos ancestrais, entes queridos e pela humanidade.
Farda usada: Azul.
Santa Missa
A Santa Missa foi deixada pelo Mestre Irineu e nela oramos pela iluminação das almas desencarnadas. É também a versão daimista do Sacramento da Extrema Unção. No Céu do Gamarra, a fazemos quando do desencarne de um irmão ou irmã, do sétimo dia de sua passagem, e homenagem à passagem de pessoas importantes (como o Mestre Irineu e o padrinho Sebastião) e em toda primeira segunda-feira do mês como forma de caridade para as almas necessitadas.
Na Missa do Mestre se consagra o Daime uma vez, no início, e são cantados os dez hinos sem o acompanhamento de instrumentos musicais. Entre um hino e outro, são rezados três Pai Nossos e três Ave Marias.
Na missa com os hinos do Padrinho Fabio, também o Daime é consagrado uma vez, no início, e são cantados dez hinos com acompanhamento de instrumento musical, porém sem maracá. Ao invés das orações entre um hino e outro, é feita uma pequena concentração de dois minutos.
Farda usada: Azul
Orações
As orações acontecem todos os domingos as 10h. Nelas, além de encontrarmos nossos irmãos e irmãs, temos a oportunidade de agradecer pelas coisas que têm acontecido em nossa semana e rogar pelo que necessitamos.
No Céu do Gamarra iniciamos sempre com uma pequena concentração de 10 minutos, e cantamos os hinários que podem ser: Oração do Padrinho Sebastião, o Pão Nosso, o Vinho Santo. A sessão dura por volta de uma hora.
Farda: sem.
Feitio
O Feitio é quando o sacramento da doutrina do Santo Daime é feito. No Feitio é preparado o Daime, o sacramento da Doutrina.
“Com o Jagube e a Rainha na fornalha
Com o Sol e a Lua a brilhar
São as forças masculina e feminina
O Santo Daime, ele vai se apresentar”
(Hino 31 do hinário Império do Sol da madrinha Suzana Pedalino)
O nome Daime vem do verbo dar. É uma interjeição: dai-me luz, dai-me força, dai-me amor. A Doutrina tem o nome de Santo Daime porque a bebida é um Vinho Santo, um presente da Rainha da Floresta para que possamos nos conectar com Deus dentro de nós.
A bebida é feita pela união da folha Rainha, do cipó Jagube, da água e do fogo, que se tornam um Vinho Santo através da Alquimia Divina, alcançada pelo esforço comunitário, pela concentração e pela disciplina durante o feitio
“O Cipó tem a força
E a Folha nos traz a luz
Da água vem a vida
E do fogo o Vosso Santo Amor”
(Hino 17 d’O Terceiro Livro (Renascimento) do padrinho Fábio)
O Cipó e a Folha são conhecidos desde tempos imemoriais por povos indígenas da Amazônia Ocidental. Ayahuasca é um dos nomes que a bebida feita com o Cipó e a Folha recebe entre esses povos. O nome significa linha dos mortos, pois une as palavras quíchua Aya (pessoa morta) e Huasca (linha) e a bebida servia principalmente para o contato desses povos com seus ancestrais. A Ayahuasca é uma infusão, como um chá, diferente do Daime que é um Vinho.
O Vinho foi um presente da Rainha da Floresta, que ensinou seu feitio para o Mestre Irineu. Quando consagramos o Daime, acessamos a Luz da Rainha da Floresta, uma Doutrina presente nessas plantas amazônicas e acesa pela Alquimia Divina. Assim, apesar de as plantas já serem conhecidas por tantos povos, foi com o Mestre que esse caminho em específico, o caminho da Divina Mãe, se abriu.
“Essa luz é da floresta,
Que ninguém não conhecia”
(Hino 65 d’O Cruzeiro Universal do Mestre Irineu)
Este Vinho Santo é como um cordão que nos liga diretamente à Deus dentro de nós, despertando nossa Consciência Divina e nos elevando a frequências espirituais superiores. Quando tomamos Daime e silenciamos nossa mente, podemos ouvir a Deus e ao nosso professor Juramidam, o espírito superior do Mestre Irineu que se mantém sempre vivo neste Sacramento Divino. Como uma Alquimia perfeita o Daime une o feminino, que é a Folha Rainha e o masculino, que é o Cipó Jagube. O Cipó traz a força e a Folha a luz da miração.
O Feitio dura por volta de um mês. Começa com a colheita do Cipó na lua nova pelos homens e da Rainha pelas mulheres. Termina com os últimos litros de Daime sendo engarrafados. Seguindo a Alquimia Divina das plantas, existe uma sincronia constante entre homens e mulheres para que o material e a infraestrutura necessárias estejam sempre disponíveis e em boas condições.
O Daime é feito na Casinha de Feitio, onde os homens trabalham. O Cipó é macerado e colocado em panelões junto com a Folha e a água. A Alquimia é completa com o fogo, constantemente alimentado pelos fogueiros, que mantêm a temperatura adequada das panelas. Esse processo dura cerca de cinco dias pois são muitas as fases de cozimento e apuro do Sacramento.
O Daime está pronto quando o feitor bate três vezes na panela. Depois disso ele é litrado ou seja, engarrafado e, como um vinho, fica guardado por pelo menos um ano para que sua fermentação atinja um ponto ideal para a consagração na Igreja.
“Três batidas
É o ponto do Daime,
Sol, Lua, Estrela
Foi quem me chamou.”
(Hino 25, Segundo Livro (Ancestral) do padrinho Fabio Pedalino)
Sacramentos
No Santo Daime celebramos os Sacramentos de Batismo, Crisma, Casamento e Fardamento nos trabalhos de Farda Branca.
Sagrado Feminino
Ao longo do ano realizamos dois trabalhos de mulheres, um durante o feitio na semana santa e outro no início da primavera onde também acontece um retiro do Sagrado Feminino no Espaço Lua Branca. Outros trabalhos como nas bençãos do útero mundiais e em luas novas também acontecem eventualmente onde a energia feminina é trabalhada através de cânticos, danças, meditações e conversas.
Crianças e Jovens
O hinário para as crianças cantamos na igreja ou ao ar livre celebrando os animais e os elementais com danças e gestuais no dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida.
O trabalho de jovens vem sendo desenvolvido desde 2018 e tem o intuito de estimular e capacitar os jovens dentro da Doutrina do Santo Daime. Fazemos caminhadas, jogos, oficinas musicais, além de consagrar a santa bebida dentro da ritualística da doutrina do Santo Daime.